Minhas mãos suavam.
O vestido parecia mais apertado do que o normal. Uma sensação claustrofóbica se apossou de mim. Durante a semana eu permaneci calma. Mesmo com tanta correria por conta do evento mais esperado do ano: meu casamento. Até mesmo quando me procuraram no quarto do hotel avisando que não haviam encontrado meu sapato, eu permaneci calma. Afinal, não resolveria nada ficar nervosa. Só atrapalharia ainda mais. Minha mãe, coitada, estava uma pilha de nervos e eu, a mais provável de ficar nervosa, que a acalmava. TODOS estavam. Menos, eu. A noiva. Pois é, papéis invertidos. Depois de alguns minutos de espera, chegaram com o meu sapato. Haviam esquecido o mesmo no salão do hotel, onde horas atrás eu havia feito uma sessão de fotos com o Daniel.
Ah, Daniel... meu noivo. Que deveria estar dentro da igreja no altar me esperando para selar nossa união. Eu permaneci calma esse tempo todo e só agora, ao descer do carro, praticamente subindo os degraus da escada, a ficha havia caído.
Estou prestes a casar!
Sim, casar!
Casar com o homem que eu amo. Um sonho que sempre desejei e pedi à Deus para se concretizar, estava se realizando.
Cada degrau que eu subia, era como se fosse uma etapa da minha vida sendo alcançada. Era como as lutas, embates e dificuldades que todo casal sofre em um relacionamento. Todo um filme de nossa vida passou em minha mente. Todos os nossos momentos, sejam eles felizes ou tristes, passavam como flash back em minha cabeça. Lágrimas brotavam de meus olhos. Apertei-os fortemente para que eu pudesse enxergar os degraus enquanto subia. Sorte grande a maquiagem ser à prova d'água, se não seria um estrago.
Respirei fundo mais uma vez e quando alcancei o último degrau, meu pai que estava todo o tempo ao meu lado me segurando, apertou meu braço no seu. Eu podia ouvir as vozes dos convidados, e quando anunciaram que eu havia chegado, fez-se silêncio. E a marcha nupcial começara a tocar.
Levantei os olhos e todos me olhavam. Alguns não conseguiam se conter e choravam, tornando ainda mais difícil segurar as minhas lágrimas. Todas as minhas amigas estavam lá. Era emocionante ver que todos que acompanharam meu relacionamento com o Daniel estavam lá. E quando pensei que era forte o bastante, o vi bem lá frente, com os olhos marejados e maravilhados. Sorria pra mim e pude ver seu nervosismo pelo modo como apertava uma mão na outra.
Eu caminhava devagar, mas dentro de mim, a vontade era de correr para os seus braços e beijá-lo. Me contive, caminhando lentamente ao lado do meu pai. E ao chegar até lá, meu pai sussurrou "eu amo você" em meu ouvido e deu um beijo no topo de minha cabeça. Antes de me entregar ao meu noivo, meu pai foi até ele e repetiu o gesto com ele. Sussurrou alguma coisa engraçada no ouvido de Daniel, que sorriu, e logo após juntou nossas mãos.
A cerimônia seguiu tranquila. Eu chorava em alguns momentos, Daniel também. De vez em quando eu olhava de rabo-de-olho e via minha mãe chorando e meu pai pela mesma forma. As madrinhas nem se falam.
No momento em trocamos alianças, foi como se tivéssemos trocado nossos corações, dando assim um ao outro pra cuidar. Não pude conter as lágrimas. Era um momento tão perfeito e maravilhoso. E quando ele se aproximou de mim para que pudéssemos nos beijar, Daniel me olhou fundo nos olhos e sussurrou "eu te amo". Ele sempre fazia questão de me lembrar disso sempre.
– Até depois do sempre! – ele me dizia. E naquele momento não foi diferente. Ele me beijou e eu me perdi naquele infinito de emoções que era quando seus lábios encontravam os meus. Eu podia ouvir as palmas, os assobios e gritos de felicidade dos convidados, mas isso tudo parecia estar em outra dimensão.
Eu me sentia a mulher mais sortuda e amada desse mundo. Eu estava vivendo meu próprio conto de fadas. A única diferença era que a minha história não terminaria com um beijo apaixonado. Por que ele seria apenas um sinal de que nossa vida juntos, como um só, estava apenas começando e sendo perpetuado...
Que linda a história, amei, meu sonho :D
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