(...)
"EVA MENDES
FURTADO"
Posso dizer
que quase surtei quando finalmente havia encontrado o quarto da minha mãe? Eu
precisava vê-la, saber como estava. Saber qual era o estado dela. Deus, como eu
estava feliz de tê-la encontrado naquele infinito de portas...
Girei a
maçaneta e entrei no quarto de costas bem devagar, olhando o corredor com medo
de ser pega. E se isso acontecesse, adeus visitinha para a mamãe. Fora de
perigo (até que alguém entrasse para ver a paciente), fechei a porta e ao virar
me deparei com o olhar de mamãe sobre mim. Ela parecia contente em me ver, eu
podia sentir isso em seu olhar. Mesmo com toda aquela atadura cobrindo
parcialmente seu lindo rosto, que agora ostentava pequenas cicatrizes e
arranhões. Lágrimas brotaram dos meus olhos imediatamente.
Aproximei-me
da cama, sentando na mesma. Foi difícil segurar as lágrimas ao ver minha mãe
daquele jeito. Tão debilitada, dependente de aparelhos até mesmo para respirar.
Segurei o
fôlego ao perceber o lamento silencioso em seu olhar. Sentia-me tão inútil por
não fazer nada para ajudá-la naquele momento. Encostei seus dedos em meus
lábios levemente, vendo algumas escoriações nos menos. Mamãe fechou os olhos e
uma lágrima escorrera pelo canto de seus olhos. Aquilo doeu em meu coração.
Talvez ela já soubesse sobre o meu pai ― não que a tivesse contado, mas pode
ter ouvido alguém comentar.
Segurei as
lágrimas mais uma vez, quando ameaçaram cair.
― Tudo bem,
mamãe – tentei sussurrar, mas havia algo em minha garganta que impedia o processo.
– Estou aqui, não precisa se preocupar com nada...
Seus olhos
oscilaram, remexendo-se por entre as pálpebras semi-serradas. Seus lábios entreabriram-se,
ela queria dizer-me algo.
― Shh, mamãe
– disse, tocando-lhe os lábios. Ela não podia se forçar a tanto. – Não se esforce,
precisa descansar. Como quer ficar boa para ver a Claire? – Tentei sorrir logo
após o comentário, e tenho certeza de que o sorriso saiu desajeitado. Mas não
me importei, queria transparecer calma e segurança para ela, que precisava de
mim agora mais do que nunca.
Depois de um
longo momento olhando para sua mão e acariciando a mesma, sua mão apertou a
minha levemente. Olhei para seu rosto, sua expressão era tristonha e lágrimas
ameaçavam cair de seus olhos. Era doloroso vê-la naquele estado, mas eu tinha
de ser forte.
Mamãe
começara um acesso de tosse, tentava falar-me algo, mas para ela parecia ser
algo impossível de se fazer.
―
Ma-marjorie... cuide... Claire. ― a tosse começava a se agravar a cada vez que
tentava falar, ocasionando palavras entrecortadas.
― Não diga
nada mamãe, por favor – Era difícil controlar as lágrimas. ― Não se force
mais... Por favor, mãe.
Seus olhos
agora pareciam saltar das órbitas, tamanha era a força com que tossia. Segurei
em seu peito para que recostasse na cama e gritei por ajuda, enquanto via minha
mãe se debater num ataque convulsivo. Só então percebi a mancha de sangue que
escorria do canto de sua boca devido à força brutal com que veio a tosse.
Apareceram
três enfermeiros no quarto. Um deles me puxou pelos ombros dando espaço para
que passassem e pudessem atender a minha mãe. Gemi de dor ao sentir a agulha
repuxar em minha veia com o movimento brusco. Mas a dor da agulha em minha veia
não era nem de longe pior comparada à dor que eu sentia em meu peito. Era fato
que eu já não conseguia controlar minhas lágrimas.
Deus do
céu... O que estava acontecendo com ela?
― Mãe! –
gritei ao ver que tentavam controlar as tosses dela. Ela me direcionou um olhar
doloroso, lágrimas copiosas escorriam de seus olhos. Um dos enfermeiros me
tomou pelos braços e eu me debati tentando me desvencilhar de suas mãos. Uma
enfermeira se aproximou de mim e só então percebi o que havia em suas mãos. Uma
seringa. – Não, por favor...
Ela me olhou
de jeito penoso, mas ainda assim pude sentir a picada da agulha em meu braço,
que estava firmemente preso entre as mãos do outro enfermeiro. Por um momento
pensei que poderia resistir ao efeito do medicamento, mas foi impossível...
Sentira um torpor tomar conta do meu corpo aos poucos sem me dar chance de
pensar no que estava acontecendo. Antes de apagar, a última coisa que consegui
ver foi a vida de minha mãe se esvair de seu corpo. Mesmo inconsciente de modo
parcial, ainda conseguia sentir as mãos do enfermeiro me sustentando. Sentia
meu corpo sendo carregado, ouvia vozes ao longe. Até o momento em que não era
mais possível manter nenhuma conexão com o mundo real...
Continua...
Espero que tenham gostado. Sei que demorei séculos para atualizá-la, mas estava esperando o momento certo para fazer isso. E vi esse dia era hoje. Desculpem-me.
Nenhum filho gosta de ver a mãe a sofrendo, Kyra obrigada pela visita também já estou te seguindo, te convido pra você participar do meu grupo Amigos no Facebook lá você pode divulgar o seu blog e fazer muitos amigos, se quiser é só clicar no link abaixo, fique com Deus beijos.
ResponderExcluirBlog/Grupo Amigos/FanPage/ Pinterest/NetworkedBlogs/Bloglovin
Obrigada, flor! *--* Muito obrigada pela visita. Vou aparecer por lá sim... rs <3
ExcluirOlá!! amei tudo por aqui!! amei seu blog tudo lindo!!!
ResponderExcluirEstava visitando blogs e vim conhecer seu cantinho...Parabéns pelo espaço e muito sucesso no seu blog...Te seguindo com os meus dois emails franci e francisca anselma e curtindo também avenida 47 com franci lourenço!!!
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lindo final de semana!
bjos
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